Travel and the City: Terra Estrangeira

Terra Estrangeira

“Oh, sim, eu estou tão cansado

Mas não pra dizer

Que eu tô indo embora

Talvez eu volte

Um dia eu volto

Mas eu quero esquecê-la, eu preciso

Oh, minha grande

Ah, minha pequena

Oh, minha grande obsessão”  –  Vapor Barato, Gal Costa

Terra Estrangeira é um daqueles ótimos filmes escondidos pela falha do sistema de distribuição de longas no Brasil, e embora este texto não seja para desenvolver uma crítica cinematográfica, recomendo aos viajantes que o assistam, tanto  pela sua mensagem  quanto pela conexão com a história que pode ser estabelecida.

A decisão de deixar seu país e procurar novos rumos pode ser fácil/difícil, planejada/impulsiva, causar alívio ou até mesmo dor. Cada um tem sua história e motivações para começar de novo, em um novo mundo. Eu sou favor do ir, de se libertar e conhecer coisas novas pois uma vida baseada no que convencionalmente é considerado seguro pode ser chato e cansativo. E viver assim vale a pena?

Uma viagem nos proporciona encontros. Morar em outro país  pode ser assustador e excitante depende da forma que você encara as palavras: desafio e inércia. Os erros que venham a ser cometidos invariavelmente nos fazem crescer, mas se a decisão for feita com calma e planejamento a chance de arrependimento é mínima.

Tema da minha monografia em 2008, o filme Terra Estrangeira é autoral, pessoal e emocionante. Rodado em preto e branco, algo raro no Brasil, conta a história de brasileiros que vão para Portugal começar de novo. Entre perdas, danos e ganhos o filme mostra encontros. E por ironia, 2 anos após apresentar a monografia no curso de comunicação, tive a oportunidade de trabalhar com Daniela Thomas, co-diretora do filme, no espetáculo Pterodátilos, com o ator Marco Nanini.  Na ocasião não falei do filme e como sua obra havia me influenciado. O encontro estava ali, foi proporcionado e não aproveitei, e é por isso que acredito que o arrependimento vem da não-ação.

Seja em uma viagem, mudança de país ou no relacionamento interpessoal, opte pelo movimento. É melhor esperar sentado no saguão de um aeroporto ou rodoviária com uma mochila nas costas do que daqui algum tempo sentar na sala de sua casa paga em 30 anos com financiamento da Caixa e ver que você não viveu tudo que poderia.

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